Sabem
o que é sincericídio? Então vamos lá:
Tenho me censurado para falar sobre o campeão da Libertadores desse ano por
receio de quebrar o pacto de que no futebol não se pode elogiar um time rival.
Ainda mais se o rival for o Corinthians. Peço licença aos torcedores mais
"fanáticos" para quebrar esse pacto e reverenciar um dos títulos mais
incontestáveis que já vi.
Pensei bem e percebi que pela grandeza do time que
torço e as tantas alegrias que me deu não preciso me envergonhar em dizer que
foi bonita pra caralho a campanha do campeão deste ano.
Invicto. Eliminaram o atual campeão e o melhor
jogador da América na semi e bateram o time mais temido do continente na final.
Emocionante. Gols no último minuto, como os do Ralf (na primeira fase), do
Paulinho (contra o Vasco) e do Romarinho (um ninguém, com cara de corintiano
que brilhou muito na Bombonera e entrou pra história). Merecido. Quem gosta de
futebol, quem gosta de analisar o futebol, sabe que a maturidade que o Tite deu
a esse time é um caso a parte.
Então, ontem, quando eu via, ouvia e invejava a
comemoração dos caras, o que me confortava era lembrar como foi que comemorei e
como eu me senti em 2005. Por respeito a minha própria lembrança, não vejo
porque desvalorizar o feito com essas baboseiras de que um já é tri ou que
ganhou antes. Acho que não precisamos disso, são paulinos. Quanto a santistas e
palmeirenses, avaliem vocês se o time de vocês é grande suficiente para não se
precisarem se apegar a provocações mesquinhas nesse momento.
Não tem jeito, depois de 102 anos, hoje é o dia dos
caras, e com muito mérito.