segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Madson, o Foda

No dia 17 de agosto, no estádio Olímpico, em Porto Alegre, Grêmio e São Paulo abriam o segundo turno, numa partida que a imprensa alardeou como decisiva. Nem tanto para o Grêmio, que continuaria na liderança, mas para o São Paulo que exoneraria às pretensões de título. Àquela altura o tricolor gaúcho somava robustos 41 pontos, o paulista míseros 33. Oito pontos, que virariam 11, depois da vitória do time mandante. Alí o São Paulo dava adeus ao sonho de ser campeão.


E o Grêmio, mais líder do que nunca com seus 44 pontos, estaria fadado a disputar o Brasileirão com o gigante Flamengo, que havia liderado por muito tempo o campeonato, o surpreendente Vitória, que poderia aparecer como zebra, o envolvente Cruzeiro, que sempre esteve entre os primeiros, e principalmente com o favoritíssimo Palmeiras, time do grande parceiro, do maior investimento, o técnico sensação, e grande campeão Paulista.


De 17 de agosto para cá, foram feitas umas 15 projeções matemáticas com os principais estatísticos do país(veja) , em nenhuma o São Paulo liderava as chances de título. Quando o time do Morumbi se confirmou na liderança, acabaram as estatísticas percentuais, foi a vez de inventarem uma tabela que desconsiderava os erros da arbitragem. Desrespeitando uma das principais variáveis do futebol, a interpretação de cada juiz em cada jogo. Baseado em critérios quaisquer, com tantos ou mais erros que os árbitros de campo.


Do começo do returno pra cá, toda partida do Palmeiras, e do Grêmio decidia o título, ganhando proporcional destaque na cobertura futebolística. As tv´s, os jornais, e os jornalistas brasileiros não suportam a idéia de um tricampeão consecutivo. Chega, a torcida do São Paulo já comemorou demais, já estão acostumados, já não consomem mais informação do seu time, não estão mais empolgados em ler sobre a glória de sua equipe, não querem mais ficar vidrados na tv torcendo. E os torcedores de Grêmio, Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo, entraram na onda, é claro. Todos Favoritos.
Nesse contexto que tem matemática vidente e tabela ideal, pode acrescentar também que empate em casa é bom resultado, que o gol contra a Portuguesa no último minuto foi sempre sorte, que o Inter entregou o jogo (só pro São Paulo, como se fosse impossível vencer seus reservas com o Morumbi lotado), que a tabela favoreceu (como se todos os times não enfrentassem os mesmo adversários, e como se alguém soubesse a situação dos times no final), que jogar em São Januário é um pesadelo infernal, e que durante jogo de hoje (Vasco e São Paulo) num último suspiro de possibilidade de não termos um tricampeão consecutivo no Brasil, um rapaz de pouco mais de 1,5m teria sua atuação louvada, e seria comparado ao Maradona.


É isso, na rodada de hoje, enquanto os gols de Grêmio e Vasco eram comemorados, e os de São Paulo e Vitória eram lamentados, o craque crusmaltino Madson era santificado pelo narrador e comentaristas na transmissão da Rede Globo, ele era última esperança de se sustentar a emoção neste campeonato tão emocionante. "Madson, O Foda", como ele mesmo se intitula (fez até uma tatuagem assim, como mostra a foto), não jogou mal, mas o culto repentino ao seu futebol, foi o ápice da minha indignação com a campanha anti-hegemonia no campeonato nacional.

Talvez esse tenha sido meu post mais parcial, mas é a minha resposta à parcialidade descarada que acompanhei, e que me incomodou muito nos últimos meses, na tv, nos jornais, nas rádios e na internet.

Tonhão

5 comentários:

Anônimo disse...

Fala Tonho

O melhor de tudo quando penso nesse brasileiro, penso no jogo contra o grêmio que praticamente nos tirou chance de título... penso também nas vitórias contra vitória e naútico que nos devolviam aspirações ao título, apesar de ali termos apenas 2% de título segundo os matemáticos(comentei isso com o pedrico indo ao morumbi)...

mas sobre tudo penso do jogo que mostrou que o São Paulo poderia sim ter cara de campeão, o jogo que calou a mídia que tanto queria o Palmeiras campeão e que afirmava o "favoritismo" do Palestra, mídia que pedia Luxemburgo na Seleção; foi naquele empate que o São Paulo mostrou a cara de campeão, porque até então contra naútico e vitória o futebol tinha sido feio, medíocre, mas contra o palmeiras nos mostramos um time aguerrido, com um ótimo goleiro é verdade, mas um time que teve o grande favorito ao campeonato em suas mãos...foi ali que nascia o TRI campeonato, ainda não o conquistamos e concordo com a atitude do Muricy, deixa a euforia para os torcedores, os jogadores devem ficar concentrados, evitar programas esportivos que já comemorem o título, porque no caso de um desastre seria uma ano a ser esquecido! Mas claro que acreditamos que isso não irá acontecer, nem a mídia mais tem esperanças...

Anônimo disse...

Boa gostei da analise! Foi isso mesmo o Madson por alguns instantes foi o Maradona.

Anônimo disse...

Nem parece o Tonhão que eu conheço!

Não exaltou o Flamengo, e se esqueceu da grande volta olimpica do timão!

Anônimo disse...

Por que em todas as fotos vc tá patolando os jogadores do São Paulo?

Unknown disse...

Foi no jogo contra o Inter, no qual estava presente, que vi que o tricolor seria campeão, foi o melhor jogo do campeonato. Foi jogo de time campeão, e desde o começo achei que o título ficaria entre São Paulo e Palmeiras. Não errei tanto!! É hexa!

abraço Tonho